sábado, 16 de maio de 2009

Secretário de saúde participa de debate na Câmara de Vereadores


Por Vânia Castro/SMS

O secretário de saúde de Juazeiro, Ubiratan Pedrosa, participou ontem (13) de sessão especial na Câmara Municipal de Juazeiro convocada pelos vereadores de situação e oposição. A audiência pública reuniu políticos e sociedade civil e foi transcorrida em clima de transparência e clareza, como afirmou o presidente da Casa Legislativa, Crisóstomo Lima (PC do B). “Estamos em ambiente democrático e a comunidade representada pelos vereadores está tendo oportunidade de fazer seus questionamentos acerca da saúde do município. Antes tínhamos muitas dificuldades para secretários participarem das audiências, mas Pedrosa aceitou o convite sem titubear para esclarecer os problemas e mostrar as novas conquistas alcançadas pela atual administração em apenas quatro meses de gestão”, disse.

A reunião foi iniciada com a explanação da saúde de Juazeiro, feita pelo secretário, que apresentou dados oficiais dos balanços das despesas e receitas e ainda entregou a cada parlamentar documento impresso com detalhes dos recursos e desembolsos deste ano.“Discutir a saúde do município nesta câmara que representa a população da cidade é importante e necessário”, afirmou antes de fazer as considerações iniciais. O secretário começou informando que saúde não significa apenas ter hospitais, médicos e remédios. “A situação da saúde não se resolve apenas com isso, que é insuficiente para enfrentar as questões básicas que podem continuar com adoecimento e mortalidade alta” e completou dizendo que Juazeiro não tem nenhuma característica diferente da média do Vale do São Francisco, onde hoje 2/3 das pessoas morrem e adoecem por problemas de Hipertensão, Diabetes ou outras doenças crônicas. “Outro agravante é com relação à mortalidade infantil. A cada 1 mil crianças que nascem morrem 26 e 5% dos partos em Juazeiro são em crianças com menos de 15 anos”.

Pedrosa acrescentou que a saúde também é promoção e prevenção. Para isso, o prefeito tem como uma das prioridades de gestão fortalecer inicialmente a Estratégia da Saúde da Família para enfrentar os problemas mais graves que acometem no município. “A saúde vai dos agentes aos médicos que assumem compromisso com a comunidade que será assistida”. Com relação à rede hospitalar o secretário de saúde afirmou que os problemas não se resolvem em curto prazo e dependem de uma reestruturação da rede. “Estamos fazendo esforço grande para estabelecer as condições mínimas do funcionamento nos hospitais. A situação não se resolve em curto prazo”, argumentou. Ele enfocou ainda a situação da dengue estar controlada e com quadro diferente dos anos anteriores. “A dengue está matando muita gente na Bahia. É obrigação nossa trabalhar para garantir a tranqüilidade. Ano passado, a cidade viveu um surto com 5 mil casos notificados e este ano, devido ao trabalho de prevenção feito desde o inicio da gestão, estamos com apenas 277 notificações”.

O secretário relatou também para a platéia e vereadores que a Secretaria de Saúde foi encontrada em más condições. Equipamentos sucateados, PSF precisando de reforma, Tratamento Fora de Domicílio (TFD) em mau uso, SAMU mal feito, carência de pessoal, carência de recursos humanos (principalmente médicos), desperdício de medicamentos, equipe desmotivada, além de um montante de R$ 9 milhões em dívidas atrasadas, das quais R$ 7 milhões já pagos. “Um desperdício de recurso que poderia ter sido utilizado em melhorias de serviços para a população. Já sinalizamos economia de 125% nos gastos com combustível”. De acordo com ele, durante os quatro meses já foi realizada reposição de 150 funcionários, dentre médicos, enfermeiros e técnicos, iniciado plano para melhoria na estrutura física em alguns postos e insumos distribuídos para as unidades.

Informou ainda que até o momento a Secretaria de Saúde recebeu recursos de R$ 24 milhões e que este valor distribuído numa população de 230 mil habitantes representa uma renda per capita de R$ 21,00. “Um valor pequeno, mas que garante atendimentos, cirurgias, vacinas, vigilância sanitária, remédios” e comparou com os planos de saúde que custam em média R$ 200,00 e não oferecem esta gama de serviços.

Os vereadores Roninho (PMDB) e Neguinha da Santa Casa (PV) questionaram,respectivamente, sobre o atendimento do SAMU e sobre a maternidade e UTI Neo Natal. O secretário explicou sobre o funcionamento do Ministério da Saúde. “Não dá para discutir estas questões fora do âmbito Juazeiro, pois precisamos atender todos os municípios pactuados. O sistema público possui verbas limitadas que devem ser otimizadas para garantir o atendimento. A Rede Interestadual resolve estes problemas, pois existe compensação financeira. A rede é justamente para complementar os serviços oferecidos em cada município, reduzir as carências e o desperdício em recursos e em investimentos desnecessários. Cada hospital da região vai atender na área que o outro não cobre para evitar serviços duplicados. O Dom Malan é referência na área Neo Natal e atende a região. Com o dinheiro do SUS que tem limitações não se faz desperdício. Com relação à ambulância, precisa organizar a rede do município e resolver os problemas e comunicação”.

Os parlamentares perguntaram sobre a inauguração do Hospital Regional e o Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Segundo Pedrosa, que obteve informações com o secretário estadual da Bahia, Jorge Sola, a reabertura está prevista para 15 de julho. “A inauguração está dependendo da licitação que agora tramita com alguns processos judiciais, mas o secretário estadual garantiu que o HRJ vai funcionar em julho, mesmo que tenha que realizar contratação emergencial”. Ele acrescentou que o TFD recebe nova estrutura com outra casa alugada no Rio Vermelho, na capital baiana, com nove quartos, mais confortável para que os pacientes sejam bem tratados e deve funcionar em junho.

“Outra novidade no setor, é que com o Regional o atendimento dos casos de câncer no TFD vai diminuir, pois o HRJ vem para cuidar destes casos”, e destacou que 70% das pessoas que precisam do TFD e que são enviados para Salvador são para realizar tratamentos de câncer. Questionado também sobre a falta de médicos em Juazeiro, o secretário respondeu que em breve sai o edital para concurso público, com 20 vagas e cadastro de reserva.

O líder do Governo na Câmara, o vereador José Carlos Medeiros (PV) reforçou os discursos do secretário afirmando que a nova gestão é eficiente, responsável, transparente, além de combater o desperdício e corrupção. Os vereadores Bené Marques (PSDB), Damião Medrado (PMDB), Mitonho Vargas (PT), Suzana Ramos (PT do B) e Leonardo Bandeira (PT) apresentaram alguns comentários e solicitaram que Ubiratan Pedrosa continue melhorando e estruturando a saúde do município para que o povo tenha melhores atendimentos. A audiência durou três horas e foi encerrada com a promessa do presidente da Câmara de novas convocações e debates.

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